Patogenia de COVID-19 pode estar associada à deficiência da vitamina K, segundo pesquisa

17/12/2020

De acordo com o Dr. Rob Janssen e Jona Walk, pesquisadores do Canisius Wilhelmina Hospital (Nijmegen, Holanda), baixas quantidades de vitamina K no sangue de pacientes com COVID-19 pode ser um dos elementos envolvidos na piora de quadros da doença, especialmente considerando o papel desta molécula na coagulação sanguínea e promoção da saúde pulmonar.

Os autores baseiam seu argumento na chamada “teoria da triagem”, que postula que durante períodos de escassez nutricional, micronutrientes são reservados para uso em processos que, caso sejam comprometidos, seriam uma grave ameaça à sobrevivência a curto-prazo. Para o caso da Vitamina K, significa que a vitamina é preferencialmente transportada para o fígado, a fim de promover a ativação de fatores responsáveis pela coagulação, ao custo de seu papel no metabolismo de outras proteínas não relacionadas à coagulação, como a Proteína GLA da matriz extracelular (MGP – Matrix Gla Protein).

Neste sentido, as proteínas hepáticas responsáveis pela coagulação, terão maior grau de carboxilação (ativação) que as demais proteínas extra-hepáticas do corpo, dependentes da ação da vitamina K.

Contudo, a COVID-19 é influenciada justamente pelas proteínas extra-hepáticas. Há um grande risco de lesão pulmonar e desenvolvimento de quadros de trombose quando os níveis de ativação da proteína S (extra-hepática) nas paredes dos vasos sanguíneos e da MGP da matriz nos pulmões é insuficiente. Cada uma dessas proteínas é responsável pela manutenção dos tecidos desses órgãos para máximo desempenho de suas funções.

As vitaminas K1 e K2 possuem diferenças estruturais que promovem atuações biológicas diferentes. A vitamina K2 extende o ramo de atuação das vitaminas da família K para além da coagulação sanguínea, regulando outros processos importantes como a calcificação dos ossos e eventos inflamatórios.

Além disso, a deficiência da vitamina K2 é mais frequente, pois nem sempre pode ser encontrada em dietas saudáveis convencionais, como acontece com a vitamina K1, segundo o Dr. Trygve Bergeland, vice-presidente científico da Kappa Bioscience, patrocinadora da pesquisa.

Outro ponto de destaque do estudo, é a ligação entre a vitamina K2 e a D3. Alguns protocolos de ensaios clínicos contra COVID-19 incluem a administração de vitamina D3 aos pacientes, e sem a presença da vitamina K2, pode ocorrer a calcificação e degradação acelerada de fibras elásticas, comprometendo ainda mais o quadro da doença.

Novos experimentos ainda são necessários para comprovar a relação entre a deficiência da vitamina K e ao patologia da COVID-19, a fim de determinar se a suplementação da vitamina K2 no tratamento da doença é de fato viável, ou não.

Também existem possibilidades relevantes para futuros estudos, como a prevenção do desenvolvimento do quadro grave de COVID-19 por meio da suplementação da vitamina K2, afirmam Janssen e Walk.

A empresa Kappa Bioscience, patrocinadora do estudo, está firmando acordos com vários centros de pesquisa na Europa e nos Estados Unidos. O objetivo é obter respostas sobre a relação entre a deficiência da vitamina K2 e a patogenia da COVID-19.

Fontes:

JANSSEN, R; VISSER, M. J; DOFFERHOFF, A. S. M. “Vitamin K metabolismo as the potential missing link between lung damageands thromboembolism in Coronavirus disease 2019”. British Journal of Nutrition, page 1 of 8. 23 de Setembro de 2020

Autor indisponível. “New study suggests vitamin K deficiency is the missing link in COVID-19 pathogenesis”. Nutraceutical Business Review. Disponível em: https://nutraceuticalbusinessreview.com/news/article_page/New_study_suggests_vitamin_K_deficiency_is_the_missing_link_in_COVID-19_pathogenesis/170445. Publicado em: 08 de Outubro de 2020. Acessado em: 09 de Dezembro de 2020.

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