Hoje há uma grande variedade de testes para diagnosticar o Covid-19. O número de registros pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) triplicou, totalizando 134 testes (106 importados) provindos principalmente de países asiáticos. É de comum opinião a necessidade de testar as pessoas, mas com qualidade e informações adequadas.
A maior questão no momento é que há uma variação considerável em relação à eficácia e qualidade. Existem denúncias feitas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – ABRAMED em relação a testes piratas, testes questionáveis vendidos em postos de gasolina ou farmácias que comercializam algo semelhante a um teste de gravidez, que não contempla a complexidade do diagnóstico do coronavírus. Dessa forma, o público se confunde em meio a tantas possibilidades, que variam de acordo com tempo de manifestação dos sintomas e contato com pessoas infectadas.
São dois os principais tipos de testes para o Covid 19. O primeiro tipo depende de tecnologias da biologia–molecular, demandando recursos físicos e tecnológicos, além de reagentes importados. Foi utilizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo para diagnosticar o primeiro caso no Brasil, no fim de fevereiro. Conhecido como RT-PCR, ou PCR em tempo real, o teste detecta a presença do vírus por meio de amostras de RNA viral que possam estar presentes nas vias respiratórias, coletadas com o uso de um aparato similar a um cotonete.
O segundo tipo de testes, conhecidos como testes sorológicos, surgiu devido à complexidade de aplicação em massa do PCR no Brasil. Essa metodologia é realizada a partir da detecção de anticorpos anti-SARS-Cov-2 que detecta a presença no sangue dos anticorpos produzidos pelo organismo a partir do contato com o coronavírus. Ele é feito com uma “furadinha no dedo”. A análise de anticorpos é menos custosa e mais acessível, com resultados disponíveis em 15 minutos. Porém, pode apresentar mais falsos negativos e necessitam de profissionais com treinamento para avaliar o resultado.
Os testes moleculares são aplicados em pessoas que tiveram contato recente com o vírus, no início do aparecimento de sintomas. Para descobrir se houve contato e se anticorpos foram desenvolvidos, aplicam-se os testes sorológicos, geralmente com um intervalo maior após o surgimento dos sintomas –cerca de 14 dias.
Quando o vírus começou a se disseminar no Brasil, o Governo Federal importou testes rápidos em grande quantidade. Os testes, analisados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz, foram comprados com o intuito de testar, prioritariamente, agentes de segurança e profissionais da saúde.
Enquanto novos testes moleculares são desenvolvidos a partir de diversos métodos diferentes, o hospital Albert Einstein está investindo na utilização de equipamentos de diagnósticos variados – subutilizados em decorrência do curso da pandemia – para desenvolver uma tecnologia de sequenciamento genético do COVID-19 que começará a ser aplicado na segunda metade do mês de junho. De acordo com Cristóvão Mangueira, diretor do Departamento de Patologia Clínica do hospital, as máquinas são geralmente usadas em testes de mapeamento genômico, farmacogenéticos ou para o monitoramento do risco de câncer e são equipamentos médicos de alta precisão.
Praticidade de cada método
Ainda segundo Cristóvão, o teste age a partir de um método de sequenciamento de fragmentos do RNA muito similar ao do PCR e possui capacidade de processamento simultâneo de até 1.500 amostras, reduzindo significativamente o custo do exame.
A educação sobe protocolos e o aumento de testagem devem ser prioridades nesse momento, já que o Brasil está atrás de outros países nesse quesito, de acordo com Antonio Vergara, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil. A instituição teve aprovação da Anvisa para um teste sorológico de coleta por sangue que identifica anticorpos (IgM e IgG) contra o novo coronavírus.
Mesmo com os esforços da Anvisa para priorizar as solicitações para testes no Brasil, há muitos testes que são importados sob lei de caráter de urgência, surgida na pandemia, que autoriza produtos com aprovação de autoridades sanitárias de outros países previstos em determinação do Ministério da Saúde.
Confiança nos testes
O registo é o primeiro passo para a segurança na utilização. O Grupo Fleury decidiu por um método próprio depois de registrar mais de dez marcas. O teste é molecular e realizado a partir de reagentes que diferem do PCR. Assim, utiliza uma parte menos frágil do vírus, mais resistente a variação de temperatura e tempo, garantindo estabilidade desde colhimento do material até a análise no laboratório, afirma o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury.
Independente dos métodos adotados, os testes validados são eficazes e tendem a aumentar em variedade enquanto a pandemia não der trégua. Ainda assim, é importante verificar as indicações dos testes, afirma Priscilla Martins, diretora da Abramed. A Abramed, que lançou um sistema de validação de testes próprio, recomenda laboratórios e profissionais qualificados para testes sorológicos. O ideal, segundo Martins, é que o teste seja feito por um médico, pois terá condições de compreender de forma segura a condição do caso.
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