Vitamina E

A vitamina E é um nutriente solúvel em gordura com várias formas, mas o alfa-tocoferol é o único usado pelo corpo humano. Seu efeito principal é o de agir como antioxidante, eliminando “radicais livres”. Ele também melhora a função imunológica e evita a formação de coágulos nas artérias do coração.

Na década de 1980 os cientistas começaram a entender que os danos dos radicais livres estavam envolvidos nos estágios iniciais da aterosclerose de obstrução arterial, da perda de visão e uma série de outros condições crônicas. A vitamina E tem a capacidade de auxiliar na proteção das células dos danos causados pelos radicais livres, bem como interromper a produção de células de radicais livres.

Os alimentos ricos em vitamina E são: óleo de gérmen de trigo, gérmen de trigo seco, damascos secos, avelãs, amêndoas, folhas de salsa, abacate, nozes, sementes de abóbora, sementes de girassol, espinafre e pimentão

Quantidades Recomendadas

Tabela 01.

IDADE	INGESTÃO (mg)
0-6 meses	4
7 – 12 meses	5
1 – 3 anos	6
4 – 8 anos	6
9 – 13 anos	11
14 – 70+ anos	15
Gestantes de 19 – 50 anos	15
Mulheres amamentando	19

* Adaptado de Dietary Reference Intakes, Food and Nutrition Board, Institute of Medicine. Washington, DC: National Academy Press.

 

Como a vitamina E é encontrada em diversos alimentos e suplementos, sua deficiência não é comum em pessoas com alimentação balanceada. Entretanto, pessoas com distúrbios digestivos ou que não absorvem gordura adequadamente (por exemplo, pancreatite, fibrose cística, doença celíaca) podem desenvolver deficiência de vitamina E. Os sintomas a serguir podem indicar essa deficiência:

• Retinopatia (danos à retina dos olhos que podem prejudicar a visão)
• Neuropatia periférica (dano aos nervos periféricos, geralmente nas mãos ou pés, causando fraqueza ou dor)
• Ataxia (perda de controle dos movimentos corporais)
• Função imunológica diminuída

 

Não há evidências de efeitos tóxicos da vitamina E encontrada naturalmente nos alimentos e não há relatos de efeitos colaterais prejudiciais do uso de suplementos em pessoas saudáveis. No entanto, há risco de sangramento excessivo, especialmente com doses superiores a 1000 mg por dia ou se o indivíduo também estiver usando um medicamento para afinar o sangue

 

Referências:

Instituto de Medicina. Ingestão dietética de referência para vitamina C, vitamina E, selênio e carotenóides. Washington, DC: National Academies Press; 2000.

Stampfer MJ, Hennekens CH, Manson JE, Colditz GA, Rosner B, Willett WC. Consumo de vitamina E e o risco de doença coronariana em mulheres. N Engl J Med. 1993; 328: 1444-9.

Rimm EB, Stampfer MJ, Ascherio A, Giovannucci E, Colditz GA, Willett WC. Consumo de vitamina E e o risco de doença coronariana em homens. N Engl J Med. 1993; 328: 1450-6.

Rimm EB, Stampfer MJ. Antioxidantes para doenças vasculares. Med Clin North Am. 2000; 84: 239-49.

Lee IM, Cook NR, Gaziano JM, et al. Vitamina E na prevenção primária de doenças cardiovasculares e câncer: o Women’s Health Study: um ensaio clínico randomizado. JAMA. 2005; 294: 56-65.

Glynn RJ, Ridker PM, Goldhaber SZ, Zee RY, Buring JE. Efeitos da alocação aleatória para a suplementação de vitamina E na ocorrência de tromboembolismo venoso: relatório do Women’s Health Study. Circulação. 2007; 116: 1497-503.

Suplementação dietética com ácidos graxos poliinsaturados n-3 e vitamina E após infarto do miocárdio: resultados do estudo GISSI-Prevenzione. Gruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell’Infarto miocardico. Lanceta. 1999; 354: 447-55.

Yusuf S, Dagenais G, Pogue J, Bosch J, Sleight P. Suplementação de vitamina E e eventos cardiovasculares em pacientes de alto risco. The Heart Outcomes Prevention Evaluation Study Investigators. N Engl J Med. 2000; 342: 154-60.

Lonn E, Bosch J, Yusuf S, et al. Efeitos da suplementação de vitamina E em longo prazo em eventos cardiovasculares e câncer: um ensaio clínico randomizado. JAMA. 2005; 293: 1338-47.

Kris-Etherton PM, Lichtenstein AH, Howard BV, Steinberg D, Witztum JL. Suplementos vitamínicos antioxidantes e doenças cardiovasculares. Circulação. 2004; 110: 637-41.

Hercberg S, Galan P, Preziosi P, et al. O estudo SU.VI.MAX: um ensaio randomizado, controlado por placebo, dos efeitos das vitaminas e minerais antioxidantes na saúde. Arch Intern Med. 2004; 164: 2335-42.

Sesso HD, Buring JE, Christen WG, et al. Vitaminas E e C na prevenção de doenças cardiovasculares em homens: ensaio clínico controlado randomizado do Physicians ‘Health Study II. JAMA. 2008; 300: 2123-33.

Milman U, Blum S, Shapira C, et al. A suplementação de vitamina E reduz eventos cardiovasculares em um subgrupo de indivíduos de meia-idade com diabetes mellitus tipo 2 e genótipo haptoglobina 2-2: um ensaio clínico prospectivo duplo-cego. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2008; 28: 341-7.

Hunter DJ, Manson JE, Colditz GA, et al. Um estudo prospectivo da ingestão de vitaminas C, E e A e do risco de câncer de mama. N Engl J Med. 1993; 329: 234-40.

Willett WC, Polk BF, Underwood BA, et al. Relação das vitaminas A e E do soro e carotenóides com o risco de câncer. N Engl J Med. 1984; 310: 430-4.

Chan JM, Stampfer MJ, Ma J, Rimm EB, Willett WC, Giovannucci EL. A ingestão suplementar de vitamina E e o risco de câncer de próstata em uma grande coorte de homens nos Estados Unidos. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 1999; 8: 893-9.

van Dam RM, Huang Z, Giovannucci E, et al. Dieta e carcinoma basocelular da pele em uma coorte prospectiva de homens. Am J Clin Nutr. 2000; 71: 135-41.

Wu K, Willett WC, Chan JM, et al. Um estudo prospectivo sobre a ingestão de suplementos de vitamina e e o risco de câncer de cólon em mulheres e homens. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2002; 11: 1298-304.

Fung TT, Spiegelman D, Egan KM, Giovannucci E, Hunter DJ, Willett WC. Ingestão de vitaminas e carotenóides e risco de carcinoma de células escamosas da pele. Int J Cancer. 2003; 103: 110-5.

Feskanich D, Willett WC, Hunter DJ, Colditz GA. Ingestão dietética de vitaminas A, C e E e risco de melanoma em duas coortes de mulheres. Br J Cancer. 2003; 88: 1381-7.

Cho E, Spiegelman D, Hunter DJ, et al. Ingestão de vitaminas A, C e E, ácido fólico e carotenóides na pré-menopausa e risco de câncer de mama. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2003; 12: 713-20.

Cho E, Hunter DJ, Spiegelman D, et al. Ingestão de vitaminas A, C e E e folato e multivitaminas e câncer de pulmão: uma análise agrupada de 8 estudos prospectivos. Int J Cancer. 2006; 118: 970-8.

Lee JE, Giovannucci E, Smith-Warner SA, Spiegelman D, Willett WC, Curhan GC. Ingestão de frutas, vegetais, vitaminas A, C e E e carotenóides e risco de câncer de células renais. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2006; 15: 2445-52.

Heinonen OP, Albanes D, Virtamo J, et al. Câncer de próstata e suplementação com alfa-tocoferol e beta-caroteno: incidência e mortalidade em um ensaio controlado. J Natl Cancer Inst. 1998; 90: 440-6.

Kirsh VA, Hayes RB, Mayne ST, et al. Ingestão de vitamina E suplementar e dietética, beta-caroteno e vitamina C e risco de câncer de próstata. J Natl Cancer Inst. 2006; 98: 245-54.

Peters U, Littman AJ, Kristal AR, Patterson RE, Potter JD, White E. Suplementação com vitamina E e selênio e risco de câncer de próstata na coorte do estudo Vitaminas e Estilo de Vida (VITAL). Controle de causas de câncer. 2008; 19: 75-87.

Lippman SM, Klein EA, Goodman PJ, et al. Efeito do selênio e da vitamina E no risco de câncer de próstata e outros tipos de câncer: o Teste de Prevenção do Câncer de Selênio e Vitamina E (SELECT). JAMA. 2009; 301: 39-51.

Klein EA, Thompson IM, Jr., Tangen CM, et al. Vitamina E e o risco de câncer de próstata: o Teste de Prevenção do Câncer com Selênio e Vitamina E (SELECT). JAMA. 2011; 306: 1549-56.

Gaziano JM, Glynn RJ, Christen WG, et al. Vitaminas E e C na prevenção da próstata e do câncer total em homens: ensaio clínico controlado randomizado do Physicians ‘Health Study II. JAMA. 2009; 301: 52-62.

Thompson, MI, Goodman PJ, Tangen CM, et al. A influência da finasterida no desenvolvimento do câncer de próstata. N Engl J Med. 2003; 349: 215-24.

Um ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, de suplementação de altas doses com vitaminas C e E, beta-caroteno e zinco para degeneração macular relacionada à idade e perda de visão: AREDS relatório no. 8. Arch Ophthalmol. 2001; 119: 1417-36.

Estudo 2 de doenças oculares relacionadas à idade (AREDS2). National Eye Institute, 2007. Acessado em 8 de novembro de 2007,

Chong EW, Wong TY, Kreis AJ, Simpson JA, Guymer RH. Antioxidantes dietéticos e prevenção primária da degeneração macular relacionada à idade: revisão sistemática e meta-análise. BMJ. 2007; 335: 755.

Christen WG, Glynn RJ, Chew EY, Buring JE. Vitamina E e degeneração macular relacionada à idade em um estudo randomizado com mulheres. Oftalmologia. 2010; 117: 1163-8.

Kamat CD, Gadal S, Mhatre M, Williamson KS, Pye QN, Hensley K. Antioxidantes em doenças do sistema nervoso central: promessa pré-clínica e desafios translacionais. J Alzheimers Dis. 2008; 15: 473-93.

Grodstein F, Chen J, Willett WC. Suplementos antioxidantes em altas doses e função cognitiva em mulheres idosas residentes na comunidade. Am J Clin Nutr. 2003; 77: 975-84.

Zandi PP, Anthony JC, Khachaturian AS, et al. Risco reduzido de doença de Alzheimer em usuários de suplementos vitamínicos antioxidantes: o estudo Cache County. Arch Neurol. 2004; 61: 82-8.

Laurin D, Masaki KH, Foley DJ, White LR, Launer LJ. Ingestão dietética de antioxidantes na meia-idade e risco de demência incidente na velhice: o Honolulu-Asia Aging Study. Am J Epidemiol. 2004; 159: 959-67.

Gray SL, Anderson ML, Crane PK, et al. Uso de suplementos vitamínicos antioxidantes e risco de demência ou doença de Alzheimer em adultos mais velhos. J Am Geriatr Soc. 2008; 56: 291-5.

Petersen RC, Thomas RG, Grundman M, et al. Vitamina E e donepezil para o tratamento de comprometimento cognitivo leve. N Engl J Med. 2005; 352: 2379-88.

Zhang SM, Hernan MA, Chen H, Spiegelman D, Willett WC, Ascherio A. Ingestão de vitaminas E e C, carotenóides, suplementos vitamínicos e risco de DP. Neurologia. 2002; 59: 1161-9.

Etminan M, Gill SS, Samii A. Ingestão de vitamina E, vitamina C e carotenóides e o risco de doença de Parkinson: uma meta-análise. Lancet Neurol. 2005; 4: 362-5.

Morens DM, Grandinetti A, Waslien CI, Park CB, Ross GW, White LR. Estudo de caso-controle da doença de Parkinson idiopática e ingestão de vitamina E na dieta. Neurologia. 1996; 46: 1270-4.

Efeitos do tocoferol e deprenil na progressão da deficiência no início da doença de Parkinson. Grupo de estudo de Parkinson. N Engl J Med. 1993; 328: 176-83.

Ascherio A, Weisskopf MG, O’Reilly EJ, et al. Ingestão de vitamina E e risco de esclerose lateral amiotrófica. Ann Neurol. 2005; 57: 104-10.

Wang H, O’Reilly EJ, Weisskopf MG, et al. Ingestão de vitamina E e risco de esclerose lateral amiotrófica: uma análise agrupada de dados de 5 estudos de coorte prospectivos. Am J Epidemiol. 2011; 173: 595-602.

Orrell RW, Lane RJ, Ross M. Antioxidant treatment for amyotrophic lateral sclerosis / motor neuron disease. Cochrane Database Syst Rev. 2007: CD002829.

Miller ER, 3rd, Pastor-Barriuso R, Dalal D, Riemersma RA, Appel LJ, Guallar E. Meta-análise: a suplementação de vitamina E em alta dosagem pode aumentar a mortalidade por todas as causas. Ann Intern Med. 2005; 142: 37-46.